quinta-feira, 29 de maio de 2008

O Mundo como ele poderia ser.

Reza a lenda de que, durante a Guerra da Malvinas, a dama de ferro Margaret Thatcher teria pressionado o primeiro ministro francês para que este cancelasse os códigos de ativação dos mísseis Exossets vendidos pela França aos hermanos. Acontece que a pressão se resumia em: ou vocês cancelam os códigos, ou a Marinha Real realiza um bombardeio nuclear na Argentina. Os franceses não se intimidaram, talvez porque no final das contas não era o deles na reta, e a Argentina está aí do lado: invadindo a 101 no verão, despachando frentes frias no inverno e, eventualmente, exportando tipos como Fitos Páezes.
Que os argentinos são um saco (já dizia a letra de Mariposa Technicolor), a gente sabe. Agora os franceses são tão bundas-mole que só peitam as superpotências quando podem botar no ânus dos outros o ônus dessa coragem. Como bem disse um amigo: argentinos e franceses se merecem. May God save the Queen. E os Alfajores quem sabe.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

A Espera de um Milagre. Mesmo que ele venha da tragédia.

Os Nardoni são os culpados. Metam o casal sinistrinho na cadeia. Quero falar de outro ponto: dos setores da sociedade que estão na eterna espera de um milagre, ou da desgraça alheia.
Em um país com quase 50 mil homícidios por ano, quanto mais inexplicável uma tragédia, mais os espertalhões de plantão se beneficiam.
A Globo deve estar em êxtase nesse período. Explorou o assassinato da criança, com entrevistas exclusivas com o pai e madrasta. Teve acesso a laudos exclusivos e até colocou em primeira mão o vídeo que um familiar oportunista fazia todo ano para a pequena Isabella. Isso é informação? É prestação de serviço? Não. Era o milagre que a emissora carioca estava esperando para ganhar um pouco mais de fôlego contra as investidas da Rede do Bispo.
Os que não têm mais o que fazer de suas medíocres vidas, aproveitaram o "milagre" para fazer protestos na porta do prédio dos bandidos, com a condição, é claro, da presença das câmeras de TV. Pedindo justiça e exigindo seus segundinhos de fama nacional. O Presidente reclamou da "pirotecnia" com a qual a mídia explorava o fato. Como se a pirotecnia não fosse o "milagre"esperado pelo governo. Afinal, desde que o episódio começou, a pirotecnia serviu, e muito, como cortina de fumaça para as notícias dos cartões coorporativos e outras barbaridades da vida política nacional.
Pobre daquela criança. E de tantas outras, cuja as desgraças são exploradas diariamente por quem quer se promover, mas jamais consertar o País. Talvez o milagre de Isabella seja ter deixado, ainda inocente, esse mundo de gente podre.