segunda-feira, 14 de abril de 2008

As Cruzadas do novo século

Ao longo de anos as grandes democracias mostraram ao mundo o poder que a liberdade tem de possibilitar conquistas inimagináveis para qualquer grupo, etnia ou minoria. Exemplo são as lutas pelos direitos civis e suas vitórias nos EUA e Inglaterra. O movimento GLBT organizado conquistou muito nesses anos, incluindo até, para o desespero dos grupos conservadores, a aplicação de cartilhas nas escolas públicas com conteúdo focado na diversidade. Não vou entrar no mérito da questão, pois a minha opinião é de que as pessoas (independente de todos os fatores, culturais, religiosos, etnicos e de diversidade de orientação sexual) tenham direitos e liberdades enquanto seres-humanos. Lutar como minoria é estar em uma guerra que não mais pode ser vencida. Temos que lutar pela liberdade do único sistema de governo capaz de prover a todos os seus cidadãos as garantias para a felicidade.
Tenho uma amiga que trabalha em uma ONG que apóia as causas GLBT. Quando debatemos sobre alguns assuntos ela sempre coloca em Xeque o papel do cristianismo como fator decisivo para as frustrações dos indivíduos e pela repressão à liberdade de sermos o que quisermos ser. A minha opinião é contrária, e cito um exemplo bem atual: Na inglaterra, as escolas públicas há tempos têm em seu currículo assuntos referentes a diversidade sexual, conquista essa garantida por meio da democracia e do ativismo político. Os conservadores tentaram impedir tais mudanças da única forma aceitável em uma democracia: por meio do debate. Coube a igreja se posicionar, mas jamais tentar reverter a situação pela força ou pelo terror. Logo, em um sistema livre e democrático, nem mesmo o cristianismo (culpado de 50% dos males do mundo) pôde se impor. Sabe quem, sem muito debate e muita pressão, conseguiu eliminar o tema do currículo? O islamismo. Sim, estamos tão ocupados metendo o pau na democracia, nos governos democráticos e na igreja cristã, que já não mais sabemos quem é o inimigo do nosso estilo de vida. A visão religiosa mais fundamentalista, machista, conservadora e anti-semita do universo conseguiu o que nem George Bush seria capaz ao menos de tentar. Para isso e outras arbitrariedades, o islam tem o apoio, quem diria, da esquerda internacional e de diversas ONGs pelo mundo a fora... que por causa de uma antipatia aos EUA e seus aliados, se unem com qualquer um de seus inimigos. O que esses grupos não percebem, é que estão alimentando um monstro que, depois de vitorioso frente ao maligno capitalismo americano, ao cristianismo e ao judaísmo, vai se alimentar de suas próprias almas e das dos inocentes úteis que, achando estarem fazendo o bem absoluto, estão apenas servindo ao que há de mais tenebroso para o futuro das liberdades.
No final das contas igreja, governos democráticos, minorias etnicas, feministas, comunidades GLBT e tantos outros movimentos sociais (aparentemente antagônicos entre si) deveriam estar em um mesmo lado: o da sobrevivência, da liberdade e da democracia.

Em resumo, as cruzadas nunca se acabaram. Apenas um lado (o do bem, na minha modesta opinião) parou de lutar, e uma grande maioria de gente, aparentemente legal, está combatendo no front errado. E enquanto isso, no meio da desinformação a gente vai assistindo calado a falta de liberdade religiosa no Tibete, a perseguição de homossexuais e a criminalização de tal orientação na Síria e no Irã, o tratamento nojento dado às mulheres em boa parte do mundo árabe. A gente até se indigina, mas não faz porra nenhuma. Então, finalmente, o Bin Laden afirma no YouTubeTaliban que vai ganhar a guerra contra américa porque os EUA amam a vida e eles "amam a morte". Puta que o pariu, de que lado mesmo você está?